Você já ouviu falar desse sistema de plantio? Inspirado em técnicas indígenas de coleta e semeadura de sementes, esse conceito inicialmente batizado de “muvuca” no interior de São Paulo tem se mostrado como uma solução fantástica em modelos de restauração ambiental.
A palavra “muvuca”, ao pé da leta, significa mistura, aglomeração, agito. Com isso em mente, essa técnica de plantio tem sido uma grande aliada das Unidades de Conservação e de iniciativas de restauração ecológica.
Como funciona o sistema de muvuca?
O sistema de muvuca consiste em plantar de uma só vez (semeadura direta), na mesma cova, um coquetel de sementes.
Seja de forma manual ou com maquinários, o processo está em escolher sementes de diferentes extratos e tempo de germinação. Assim, uma auxilia a outra no desenvolvimento. Tem se mostrado como uma técnica eficiente em Áreas de Proteção Permanente (APP).
Quais são os diferenciais do plantio de muvuca?
- Com o adensamento de espécies, o solo fica pouco exposto às intempéries. Depois de 1 ano, quase não se vê solo.
- Desenvolvimento da biodiversidade: onde há muita flora, há muita fauna. Viva o ciclo natural!
- Melhoria na qualidade da água e rebrota de nascentes, visto que a terra está sombreada e vascularizada.
- Após 7 anos, a paisagem está completamente diferente, com cara de floresta!
Como adotar o sistema de muvuca?
Busque sementes da mesma vegetação e região onde se deseja fazer o plantio. Tome cuidado com as espécies invasoras!
Para garantir o desenvolvimento do ecossistema, é fundamental preparar e analisar o solo onde será feito o plantio.
E o manejo?
O sistema de muvuca exige pouco manejo e controle químico. Até o primeiro ano de plantio, o melhor é apenas roçar entre as linhas e, se preciso, controlar as formigas.
Durante os 3 primeiros anos, a poda de arbustos e cipós que estiverem em densidade muito alta contribui para a entrada de luz, necessária para as áreas em desenvolvimento.
Nesse período, já é possível colher uma quantidade considerável de alimentos.